sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Policiais reconhecem falta de preparação

 

Policiais reconhecem falta de preparação

11/07/2008 - 0h42m

*Da Redação, com informações do BATV
redacao@portalibahia.com.br

Policiais baianos denunciam que muitos colegas não estão preparados para lidar com armas e com a população nas ruas.

Dizem ainda que falhas no treinamento são responsáveis pelos casos de violência policial, como aconteceu com o empresário baleado por PM's durante uma abordagem em Salvador.

Um policial civil, que prefere não se identificar, reconhece as deficiências. 'O treinamento dos policiais é precário. O curso de formação da Academia dura aproximadamente de 90 a 120 dias, intensivamente. Isso é um período muito curto para preparar um policial. Sem contar que, quando ele vai para a rua, está em estágio probatório e vai para a rua sozinho ou com um colega que também saiu da academia, quando deveria estar junto com um policial mais antigo, experiente. No interior, é pior ainda', denuncia.

A Associação de Praças da Polícia Militar concorda que o problema é grave. 'Ele [policial] tem pouca munição para poder treinar e, muitas vezes, vai para a rua trabalhar e leva 10 ou 15 anos sem voltar ao treinamento que deveria sempre ter na corporação', diz o representante da associação, Apolinário de Santana.

O policial civil que não se identificou acrescenta: 'Vinte ou trinta horas é um tempo muito curto para você saber manusear uma arma. Ele está pondo em risco a sua vida'.

Representantes das polícias Militar e Civil se defendem. '[A preparação é de] 90 a 120 dias em regime de tempo integral. Muitas vezes, até os três turnos, a depender da situação, inclusive aos sábados. Então, o treinamento é muito intensivo, muito dedicado. Tem todas as técnicas de manuseio da arma de fogo para bem servir as atividades policiais', avalia o delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo.

O capitão do curso de formação de praças da PM, Juarez Giffone, alega que a Polícia Militar fez um planejamento para a formação do soldado contemplando diversas disciplinas através de uma matriz curricular que obedece a uma sinalização da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Sobre a reciclagem dos agentes, o capitão Giffone diz ainda que é preciso melhores resultados. 'Existem dificuldades, não tenha dúvidas disso'.

Abordagem - Foi durante uma ação da Polícia Militar que o empresário Edmilton Filho, de 29 anos, levou um tiro no ombro. O carro dele foi parado numa rua da Barra há mais de um mês. Ele conta que perdeu o controle da direção e acabou sendo abordado com tiros por policiais.

'Eles alegaram que tinham mandado eu parar, mas não escutei', conta Edmilton.

Um desenho feito pela perícia da Polícia Civil mostra que, das quatro balas disparadas contra o veículo, por trás, três atingiram a lataria e outra quebrou o vidro traseiro e feriu o empresário, que por pouco não foi atingido na cabeça.

Os nomes dos policiais envolvidos ainda não foram divulgados, mas a Corregedoria da Polícia Militar diz estar investigando o caso.

 
rafael [ rfreitas@uol.com.br ]
Para Edmilton Aproveite e proteste também contra adultos que, com adolescencia tardia, gostam fazer "pegas" e "cavalos de pau". Esses também são assassinos em potencial.
Não identificado [ marinarosa@yahoo.com.br ]
Sou policial civil e afirmo que o curso da Acadepol é mais teórico do que prático e ao contrário do que o Delegado_Chefe afirma não prepara ninguém para usar uma arma de fogo. O policial que quiser se preparar melhor tem que pagar por cursos caríssimos e a Secretaria só disponibiliza cursos, até no exterior, para delegados. A SSP precisa acabar com esta hipocrisia porque o resultado será sempre o pior possível.
Hideo [ hideo.agro@hotmail.com ]
Os policiais devem ser avaliados periodicamente qto ao seu desempenho tanto psicologico qto profissional, pois qdo eles saem das academias, nao retornam nunca mais. E acabam ficando obsoletos perante as situações reais que acontecem nas ruas.
Edmilton Filho [ ed@edfilm.com.br ]
Sou eu a vítima baleada na Barra no dia 2 de Junho, é pavorosa a situação, e depois da veiculação da matéria ouvi vários casos de pessoas inocentes também vítimas do despreapro e da inconsequência da polícia, acredito que seja decorrente da impunidade, onde o policial prefere atirar antes e não sofrer as consequências, do que fazer uma abordagem padrão e correr os riscos da profissão que optou. Vamos fazer uma Caminhada da Paz no dia 17/07 (quinta) às 8h no Rio Vermelho (Av. Juracy Magalhães) contra a inpunidade policial.
Eron [ eronx@bol.com.br ]
É, e os idiotas mais o governo, ainda querem tirar ou dificultar o direito do cidadão idôneo, de possuir arma de fogo em casa para poder exercer o seu direito inalienável de defesa dos seus e da sua própria vida.
Patricia [ patricia.melo@tibiabrmail.com.br ]
É realmente asustador ler isso...Já percebi que não é difícil ingressar na polícia, o treinamento é precário mesmo. E agora? Em quem devo confiar? A população está perdida....
albiderman [ aubiderman@hotmail.com ]
sou policial realmente bexiste uma falta de preparo,porem não devemos classificar caso como do rio de janeiro como falta de preparo pq que faz oprofissional e ele mesmo se a instituição não oferece vamos buscar com os mais experientes com aprufundamento no conhecimento mas temos que ser responsaveis
não identificado [ carlos@hotmail.com ]
Policial Militar a mais de 15 anos, no curso de formação para Soldado PM, dei 20 tiros de Pistola de Pressão para matar passarinho e nunca mais atirei com munições fornecidas pela PM. Agora eu pergunto, será que a Policia Baiana está preparada?