sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Exonerado corregedor da Secretaria Municipal da Fazenda de Salvador

Flávio Costa

O advogado Ângelo Franco Gomes de Rezende confirmou ontem que pediu para ser exonerado do cargo de corregedor da Secretaria Municipal da Fazenda de Salvador (Sefaz). Ele é um dos 13 denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por suspeita de envolvimento no esquema de vendas de sentenças, desmontado pela Operação Janus, no último dia 8.

Rezende é sócio de Gevaldo da Silva Pinha Júnior, outro acusado que está foragido. Os dois são associados no escritório Da Silva Pinho e Rezende Advocacia S/C, localizado no bairro do Rio Vermelho. Rezende trabalhava como corregedor da Sefaz desde março deste ano. A notícia da exoneração já havia sido divulgada com exclusividade pelo Correio em matéria publicada no último domingo. A prefeitura recusou-se, através da assessoria de comunicação, a fazer qualquer comentário a respeito.

Por telefone, Rezende afirmou que não ficou surpreso com a inclusão do seu nome na lista de denunciados. Ele tinha informações de que o MPE havia pedido sua prisão preventiva, a qual foi negada pela juíza Liz Rezende de Andrade, da 2ª Vara Criminal, onde tramita a ação penal. "Aconselhado pelo meu advogado (Sebastian Melo), não vou fazer outros comentários a respeito das acusações", declarou.

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPE, descobriu que assessores de juízes e de desembargadores e outros servidores públicos eram subornados por advogados para colher informações a respeito de decisões em causas de valores milionários. A partir daí, os advogados vendiam para uma das partes os resultados dos processos, como se eles tivessem corrompido os magistrados.

Estão sob custódia os advogados Antônio Raymundo Magalhães de Oliveira e Káttia Pinto Mello, ex-assessora de um desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia, além do estagiário de direito Olegário Sena Miranda. Também está presa a funcionária da Secretaria Estadual de Infra-estrutura Glória Maria Moreira dos Santos, que atuou como secretária do chefe de gabinete do desembargador Benito Figueiredo, ex-presidente do TJ-BA.

Os foragidos são o advogado Abdon Antonio Abbade dos Reis, o sócio dele Cláudio Braga Mota, a servidora pública Eliane Ferreira Luna, o filho da juíza Maria de Fátima Carvalho, Gevaldo da Silva Pinto Júnior, e o procurador jurídico de Macaúbas, Alexandre José Cruz Britto. Os outros três acusados são os empresários Márcio Levy Silveira, Antônio Gilberto Barbosa de Azevedo e Edgar Abreu Magalhães.

Fonte Correio da Bahia